sábado, 31 de março de 2012

CONCORDÂNCIA UNIVERSAL

Nesta data tão relevante para os espíritas de todo o mundo, em que lembramos a desencarnação do grande Codificador, Allan Kardec, ocorrida a 31 de março de 1869, iniciamos um estudo importante para todos os que estudamos o Espiritismo, ao qual daremos o nome de "Concordância Universal".

O ponto de partida deste nosso estudo é a introdução de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", posto que justo nela encontramos pela primeira vez o enunciado do critério proposto por Kardec para avaliação das novidades que surgirem, ao longo do tempo, em nossa Doutrina, que sabemos todos é progressiva. Diz ele:


"Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares".

Faltou dizer quantos médiuns e lugares diferentes, mas podemos entender a questão como qualitativa, e não como quantitativa. Mais valem poucos e bons médiuns, reconhecidamente credores de credibilidade e valor, recebendo mensagens que confirmem determinado ponto, do que uma multidão de médiuns cuja produção não lhes recomende. Basta ver a proliferação atual de obras "espíritas"...

Em 1866, quando do lançamento de "Os Quatro Evangelhos", de Roustaing, Kardec se serviu deste critério quando da resenha publicada em junho daquele ano, logo em seguida ao lançamento da obra de Roustaing, ocorrida em maio.

Na oportunidade, o Codificador fez questão de ressaltar a harmonia do trabalho de Roustaing e Emilie Colligon (médium da obra) com os volumes até ali publicados da Codificação:

“É um trabalho considerável e que tem, para os Espíritas, o mérito de não estar, em nenhum ponto, em contradição com a doutrina ensinada pelo Livro dos Espíritos e o dos Médiuns. As partes correspondentes às que tratamos no Evangelho Segundo o Espiritismo o são em sentido análogo”. (Allan Kardec, sobre a obra “Os Quatro Evangelhos”, Revista Espírita, Junho de 1866)

No entanto, coerente com sua consciência e com o estágio doutrinário alcançado até aquele momento, Kardec preferiu deixar "de quarentena", ou seja, sujeita ao critério da concordância universal, a chamada teoria do corpo fluídico de Jesus, conforme a seguir:

“Consequente com o nosso princípio, que consiste em regular a nossa marcha pelo desenvolvimento da opinião, até nova ordem não daremos às suas teorias nem aprovação
nem desaprovação, deixando ao tempo o trabalho de as sancionar ou as contraditar”.

Pois bem, o tempo passou é que de lá para cá tivemos uma variedade de mensagens consonantes com a obra de Roustaing, que atenderam perfeitamente ao critério proposto pelo nosso insígne mestre lionês. O que nos parece, no entanto, é que nem sempre elas são divulgadas na proporção que deveriam, dada a sua relevância - trata-se de uma obra sobre os Evangelhos - e, por isso, decidimos reunir, a seguir, uma pequena coleção delas, de tal forma a contribuir com a sua divulgação junto aos irmãos de ideal.

Como o material é extenso, vamos seguir um ritmo semanal, publicando uma nova citação a cada semana, de diferentes médiuns, e diferentes lugares, sobre este assunto. A cada novo médium, traremos também uma pequena biografia ou recomendação do mesmo, de tal forma que se ateste o valor dos instrumentos selecionados.

Bom estudo e muita paz! Aqueles que desejarem se comunicar conosco em torno deste estudo, por favor enviem suas mensagens para o nosso email: crbbm@hotmail.com.


Abs,

Julio Damasceno
(Allan Kardec, “Revista Espírita”, ed. Julho de 1866 - Ed. Edicel)

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